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Quadrinhos Street Fighter Brasil

Capas de três edições da Scala

Entre os anos de 1994 e 1997, a editora Escala obteve direitos licenciados da Capcom para produzir quadrinhos relacionados à franquia Street Fighter. As três primeiras edições foram baseadas no gibi original publicado nos Estados Unidos através da Malibu Comics, que devido ao baixo número de vendas teve a sequência cancelada.

Ocorre que as mudanças feitas pela Malibu em relação ao cânone da franquia de jogos original foi desagradou o gerenciamento da Capcom. A editora Escala ao adaptar a terceira edição da Malibu para o Brasil inseriu uma nota de repúdio ao incidente, delatando que a redação da empresa brasileira recebeu cartas e telefonemas em protesto devido ao roteiro destoante do cânone: Ken Masters morre nas mãos da Shadaloo, enquanto Ryu e Chun-Li começam a desenvolver um relacionamento.

A Escala também publicou um resumo do roteiro original da história roteirizada por Len Stazeski na Malibu para que os leitores não se sintam "trapaçeados" pelo cancelamento da revista, em que os destinos planejados para os personagens envolvidos foram divulgados, com notas pessoais dos editores da empresa. Com o fim do gibi americano, houve uma tentativa de negociação para oito edições do mangá original japonês, mas por conta de complicações de contrato não foi possível firmar um acordo.

Dessa forma, no Brasil a editora Escala decidiu produzir os quadrinhos por conta própria, assumindo a produção de roteiro, desenhos e a divulgação das edições. Como resultado, a nova série agora originalmente brasileira obteve um surpreendente sucesso entre o público, alcançando 21 edições publicadas (e outras 2 canceladas).

Produção[]

Detendo os direitos de distribuição brasileira da série Malibu Comics baseada em Street Fighter, a Scala tentou produzir uma sequência licenciando o mangá do jogo de Masaomi Kanzaki. Quando essas negociações fracassaram, uma equipe interna liderada pelo editor Marcelo Cassaro decidiu trabalhar na série, dando continuidade à numeração, o que fez com que esses quadrinhos começassem com a edição 4 e não com a edição 1.

Cassaro deixou o cargo após a quinta edição e nomeou Alexandre Nagado como substituto. A primeira tarefa de Nagado foi desconsiderar totalmente o cânone da Malibu e criar uma nova história do zero baseada em Super Street Fighter II, que estava lançado na época, tendo sua atualização Turbo sido lançada recentemente. A publicação continuou com sucessivas histórias e arcos de história, bem como uma edição especial com três histórias independentes, até a edição #20 em 1997, a segunda de uma série inacabada de três partes centrada em Akuma. A série de quadrinhos foi posteriormente cancelada devido a uma baixa nas vendas.

Ao longo de sua publicação, o cânone das histórias baseou-se nos jogos, mas com alguns elementos inspirados no desenho animado de Street Fighter II Victory, como a luta de Ryu contra Guile (um flashback na edição nº 15). Designs de personagens também tiveram uma aparência mais inspirada no mangá do início (como Chun-Li, cujo visual foi baseado na visão de Kanzaki). A equipe criativa posteriormente também incorporou designs de Street Fighter: A Última Batalha aos personagens da trama.

Edições[]

  • # 4: A vida imita a arte: A edição mostra a história de Fei Long. Também apresenta a origem do golpe Sonic Boom de Guile, contando a partir da primeira versão oficial em que ele desenvolveu a técnica em um acidente de vôo de teste (ao invés de ter sido ensinado por Charlie). A edição ainda contava com recursos da série da Malibu em narrativa e páginas feitas para o flashback.
  • # 5: Meu nome é Cammy!: Mostra a história de Cammy. O recurso de backup sugere uma sequência dos eventos dos quadrinhos americanos, onde Ryu e Chun-Li discutem o destino de Ken e ela menciona que seu cadáver havia desaparecido, sugerindo que ele poderia ter sobrevivido.
  • #6-8: Battlefield: Uma adaptação de Super Street Fighter II, apresentando o novo torneio Street Fighter. Na sequência, Guile propõe a criação de uma força-tarefa (semelhante à do filme Street Fighter), acompanhado por Chun-Li, Ryu, Ken, Cammy e Thunder Hawk. O arco também funciona como um retcom, sendo alguns eventos passados como a suposta morte de Ken apagados da linha do tempo da história.
  • #9-10: Agente Fantasma: Chun-Li e Cammy se unem para defender um cientista de um assassino que muda de forma, capaz de copiar não apenas a aparência, mas também as habilidades de vários Street Fighters.
  • #11-13: As Esferas de Poder: Uma ruptura com o formato tradicional, a história gira em torno de dois feiticeiros extradimensionais, Sasha e Kiran, recrutando os Street Fighters para um torneio para decidir o próximo na fila para governar seu reino.
  • #14-16: Ilha da Morte: Guile é abatido durante um vôo de reconhecimento por agressores desconhecidos e dado como morto, enquanto alguns dos outros Street Fighters descobrem sobre uma ameaça crescente, o sindicato clandestino Shadow Law, ressuscitado das cinzas da Shadaloo. Sawada é apresentado como Capitão das Forças Armadas das Nações Unidas e organiza uma força-tarefa juntada por Ryu, Ken, Chun-Li e Cammy para resgatar Guile e lutar contra Shadow Law (uma organização criada por Sagat, Vega e Balrog depois que M. Bison foi presumido morto). O número 14 também apresenta uma história alternativa de Blanka, o número 15 apresenta uma história alternativa de Dhalsim e o número 16 apresenta uma história alternativa de Guile e Zangief.
  • # 17: Cassino: Chun-Li e Cammy assumem a missão de prender um traficante do Leste Europeu em um cassino em Monte Carlo, inadvertidamente amarrando Ken para o passeio. Deste número até o final, Rodrigo de Góes assumiu a função de editor, indicado por Nagado.
  • #18: Férias Perfeitas: Chun-Li e Guile decidem tirar férias juntos, mas se deparam com uma trama secreta da Tríade.
  • #19-20: Akuma (ou O Pior das Bestas): Conta a história de Akuma, um lutador presumivelmente demoníaco que viaja pelo mundo derrotando oponentes brutalmente. Personagens da série Street Fighter Alpha fazem aparições aqui. A terceira parte nunca foi publicada devido ao cancelamento do título. O número 19 também apresenta uma história alternativa de Fei Long, enquanto o número 20 apresenta uma história alternativa de Dan Hibiki.
  • Edição especial nº 1: Três histórias independentes: Fei Long luta contra um assassino, enquanto Chun-Li e Cammy tentam resgatar um refém durante um fim de semana de folga e uma equipe liderada por Guile luta contra uma organização terrorista. Este número foi publicado entre os números 13 e 14.

Curiosidades[]

  • Além dos 17 números lançados, foi lançada uma edição extra, com mais páginas e três histórias completas (uma delas em duas partes).
  • As edições 17 e 18 deveriam acontecer pós-arco de Akuma, mas como este estava atrasado, a história foi lançadas primeiro.
  • Os nomes originais japoneses dos personagens foram usados ​​na adaptação até o arco Spheres of Power (edições #11 a #13)
    • Assim, o Ditador se chamava Vega, o espanhol se chamava Balrog e o boxeador chamava Mike Bison.
    • A partir do arco Ilha da Morte (edições #14 a #16), a Editora Escala adotou a nomenclatura americana, atendendo a um pedido feito pela Character, licenciadora da Capcom no Brasil. A partir dessa história, Balrog se tornou o boxeador, Vega se tornou o espanhol e M. Bison era agora o ditador e líder da Shadaloo.
  • Uma vez que a série de quadrinhos usava o nome americano Shadaloo para o sindicato do crime de Bison, o escritor Alexandre Nagado decidiu usar o nome Shadow Law, o nome original japonês para Shadaloo, para uma nova organização criminosa liderada por Sagat.
  • O formato de torneio utilizado nos quadrinhos é basicamente o mesmo que mais tarde seria aplicado na série UDON, exceto com uma distribuição diferente dos competidores.
  • Senoh, personagem do filme de animação aparece na edição especial, Chun-Li identifica Senoh como sendo "Dr. Haruo Ichihara, ex-chefe da divisão científica da Shadaloo".
  • Cassaro deixou a Escala a convite de Ruy Pereira, um dos fundadores da Escala, criador da Editora Trama (mais conhecida pela revista de RPG Dragão Brasil), anos depois, Cassaro publicou Street Fighter: The Storytelling Game e Street Fighter Zero 3 em aquela editora.
  • Das referências a Street Fighter II Victory na série:
    • Na edição #15, Ryu relembra quando conheceu Guile (mesma situação do episódio 2).
    • Ambos os personagens também possuem a mesma aparência da série de anime.
    • Ken usa a técnica Hado Shoryuken na edição #16.
    • Rinko, velho amigo de Ryu de Street Fighter II V, faz uma breve aparição na edição #20.
    • Um dos mestres Akuma se parece com Yo Senkai e mora em Chinatown. Seu nome não é mencionado.
    • Os níveis de poder de Ryu e Ken são consistentes com o que foi mostrado na animação, com ambos dominando o Hado.
    • Por consequência, o Hadoken de Ken aqui é consideravelmente mais poderoso do que o cânone (capaz, por exemplo, de destruir helicópteros), e na edição #16, ele usa a técnica Hadoshoryuken contra Vega.
  • Dos elementos do filme Street Fighter: A Última Batalha na série:
    • O personagem Capitão Sawada é presente em algumas edições.
    • Há o uso do sobrenome não oficial "Xiang" para Chun-Li.
    • Alguns personagens aparecem com o visual similar ao do filme.
  • Embora tenha coisas de Street Fighter II V e do filme, nem tudo é usado: Cammy nunca tentou matar Dorai, Sagat nunca foi preso injustamente, Sawada não conhece Ryu e Ken, e ele faz parte das Nações Unidas, não do Nações Aliadas.
  • Outra grande diferença ao cânone é o fato de ao final da edição #17, Chun-Li e Guile começarem a namorar.
    • Embora Guile seja um homem de família casado no jogo original, os editores explicam que os personagens foram reunidos por causa de suas personalidades e destinos semelhantes aos de Street Fighters: ligados às forças de manutenção da paz e eles lutam por justiça, não apenas pensando na luta em si, como a maioria dos Street Fighters.
    • Afirma-se no número 18 que Julia e Guile se divorciaram porque ela "não suportava a vida que ele levava".
  • Fei Long é mostrado como ator na série tokusatus, Alexandre Nagado, Marcelo Cassaro e Arthur Garcia fizeram quadrinhos sobre tokusatsus publicados pela Editora Abril, posteriormente, Cassaro também se inspirou em tokusatus no RPG 3D&T, Nagado criou a série de quadrinhos Blue Fighter publicada pela Editora Escala e pela Editora Trama, escrita e desenhada por ele, mas também como história em quadrinhos ilustrada por Arthur Garcia com arte de Silvio Spotti.
  • Na edição 20, Ken conta a história de Akuma, diz que ele é irmão de seu mestre, Gouken e que matou seu mestre, Goutetsu. Gouken se chama Gouken e não aparece, Akuma é mostrado matando Goutetsu, pois Goutetsu ainda não tinha nome e não tinha desenho definido, Ken não diz seu nome e o painel mostra apenas suas mãos e sangue no chão.
  • Em sua página no Facebook, Arthur Garcia mostrou esboços da edição 22, Gouken tem um design inspirado em Sheng Long, anteriormente, Sheng Long era o mestre de Ryu e Ken na série Malibu.
  • A editora Malibu também publicou edições de quadrinhos de outra série de jogos de luta, Mortal Kombat.
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