Street Fighter II (ストリートファイターⅡ) foi lançado originalmente para Arcade em 1991 com o subtítulo "The World Warrior". Foi o segundo Game da franquia, e décimo quarto titulo da Capcom a usar um Hardware CPS-1 (CP System). Street Fighter II melhorou muitos dos conceitos introduzidos no primeiro jogo, incluindo o uso de movimentos especiais baseados em comandos e uma configuração de seis botões, ao mesmo tempo que oferecia aos jogadores uma seleção múltipla de personagens jogáveis, cada um com o seu próprio estilo de luta.
Este segundo título da franquia é considerado como um dos Games mais influentes de todos os tempos, e, em particular, o mais importante jogo de luta da história. O lançamento de Street Fighter II em 1991 é visto como um momento revolucionário dentro do gênero dos Games de luta. A popularização dos jogos de luta durante a década de 1990 é atribuído até hoje a Street Fighter II, que inspirou outros produtores de Games a criarem as suas próprias séries/franquias.
Também foi responsável por ter revitalizado a indústria de máquinas Arcade no inicio dos anos 90, conseguindo um nível de popularidade que não se via desde os dias de Pac-Man, no inicio dos anos 80. Em 1993, dois anos depois do seu lançamento, as vendas de Street Fighter II já ultrapassavam os $1.5 bilhões em receita bruta, e em 1994, o jogo já tinha sido jogado por pelo menos 25 milhões de norte-americanos em casa ou nos Fliperamas. Foi de longe o jogo de Arcade mais vendido, desde a época de ouro dos Arcades.
Devido ao seu sucesso, foram editadas várias versões atualizadas, cada uma oferecendo mais novidades e personagens que a antecedente, bem como várias edições caseiras.
Sistema[]
O sistema do game continua quase intacto, próximo de seu antecessor de 1987.
O jogador enfrenta o seu adversário em combates um-contra-um num ambiente fechado, em séries de melhor de três. O objetivo de cada round é esvaziar a barra de energia do oponente dentro do tempo limite. Se ambos os oponentes "morrem" ao mesmo tempo ou o temporizador chega ao fim e ambos os lutadores tenham a mesma quantidade de energia, acontece o "Double K.O." ou "jogo empatado", deste modo é declarado que haverá rounds adicionais (se necessário, até 10 rounds (?!)).
Se o jogador derrotar o seu adversário sem sofrer dano algum, é-lhe atribuído um "Perfect", recebendo assim o limite máximo de bônus.
Após três combates, o jogador participa num "Mini-jogo" para adicionar mais pontos. Os mini-jogos incluem (por ordem) a destruição de um automóvel (similar a Final Fight); um jogo de quebrar barris, onde estes são largados na direção do jogador a partir de uma plataforma rolante; e a destruição de tambores inflamáveis, empilhados uns em cima dos outros.
Jogabilidade[]
Street Fighter II segue várias convenções e regras já estabelecidas pelo seu antecessor original de 1987. O jogador enfrenta oponentes em combates corpo-a-corpo em uma série de partidas à melhor de três. O objetivo de cada rodada é esgotar a vitalidade do oponente antes que o tempo acabe. Se ambos os oponentes se nocautearem ao mesmo tempo ou o tempo acabar com ambos os lutadores tendo uma quantidade igual de vitalidade restante, um "KO duplo" ou "jogo de empate" será declarado e rodadas adicionais serão jogadas até a morte súbita. No primeiro Street Fighter II, uma partida poderia durar até dez rounds se não houvesse um vencedor claro; isso foi reduzido para quatro rodadas em Street Fighter II: Champion Edition e posteriores. Se não houver um vencedor claro no final da rodada final, o oponente controlado pelo computador vencerá por padrão em uma partida para um jogador ou ambos os lutadores perderão em uma partida para 2 jogadores.
Após cada terceira partida no modo single player, o jogador participará de um “Estágio Bônus” para ganhar pontos adicionais. Os jogos de bônus incluem em ordem um evento de quebra de carro; um jogo de bônus de quebra de barris onde os barris são deixados de uma esteira rolante acima do jogador; e um jogo bônus de quebrar tambores, onde os tambores são inflamáveis e empilhados uns sobre os outros. Os jogos bônus foram removidos da versão original do Super Street Fighter II Turbo em troca de uma luta bônus contra Akuma durante a fase final.
Assim como no original, os controles do jogo utilizam uma configuração de joystick de oito direções e seis botões de ataque. O jogador usa o joystick para pular, agachar e mover o personagem em direção ou longe do oponente, bem como para proteger o personagem dos ataques do oponente. Existem três botões de soco e três botões de chute de diferentes forças e velocidades (Leve, Médio e Pesado). O jogador pode realizar uma variedade de movimentos básicos em qualquer posição, incluindo ataques de agarrar/arremessar, que não apareciam no Street Fighter original. Como no original, o jogador pode realizar movimentos especiais inserindo uma combinação de comandos direcionais e baseados em botões, mas a execução desses movimentos é muito mais fácil do que no jogo original, um fator significativo para sua popularidade.
Street Fighter II difere do original em sua lista de vários personagens jogáveis, cada um com seus estilos de luta e movimentos especiais distintos. Além disso, o jogador também pode “cancelar” ataques durante sua animação realizando outro movimento, permitindo uma combinação de vários movimentos básicos e especiais. Ambos os recursos seriam expandidos em parcelas subsequentes.
Desenvolvimento[]
Apesar do Street Fighter original não ter sido muito popular nos Estados Unidos, a Capcom fez dos jogos de luta a sua prioridade depois do sucesso comercial de Final Fight. Cerca de 35 a 40 pessoas trabalharam em Street Fighter II, com Noritaka Funamizu o produtor e Akira Nishitani e Akira Yasuda responsáveis pelos desenho do jogo e dos personagens, respectivamente. Funamizu fez notar que os produtores não deram prioridade ao balanço da jogabilidade de Street Fighter II; descreve apenas que o sucesso do jogo teve a ver com os seus padrões de animações muito apelativos. A qualidade da animação beneficiou-se do uso que os produtores fizeram do hardware CPS-1, com vantagens que incluíam a habilidade de diferentes personagens ocuparem diferentes quantidades de memória; por exemplo, Ryu podia ocupar até 8Mbit e Zangief 12Mbit. A produção do jogo demorou dois anos.
O sistema de combinações (combos) aconteceu por acidente:
- ""Enquanto estava a fazer uma revisão à procura de erros durante o jogo bónus do automóvel… Notei algo estranho, curioso. Gravei a sequência e nós reparamos que durante o tempo dos murros, era possível dar um segundo ataque e assim por diante. Pensei que era algo que era impossível de se tornar útil num jogo, porque o balanço de afinação era muito difícil de apanhar. Decidimos assim que seria uma característica escondida. O mais interessante de tudo é que essa característica acabou por ser a base para os futuros títulos da série. Mais tarde conseguimos uma afinação mais confortável, e os combos como uma verdadeira característica. Em Street Fighter II penso que, com um tempo perfeito, o jogador pode criar vários golpes até quatro parece-me. Depois conseguimos até oito! Um erro? Talvez.""
- —Noritaka Funamizu
A maior parte da música do jogo foi composta por Yoko Shimomura. Shimomura teve inicialmente algumas reservas sobre o facto de fazer música para um jogo de luta, gênero em que ela não era muito afeiçoada, mas acabou por gostar de trabalhar no projecto, afirmando que, apesar de Breath of Fire ser o seu jogo favorito entre todos aqueles em que trabalhou, enquanto estava na Capcom, Street Fighter II foi o mais memorável. Foi o único jogo da série onde Shimomura trabalhou, subsequentemente acabou por deixar a companhia para se juntar à Squaresoft. Isao Abe, novo na Capcom, trabalhou nalgumas músicas do jogo (mais notavelmente no tema de Sagat), acabando por se tornar o compositor principal dos outros jogos Street Fighter II. Os efeitos e programação de som eram supervisionados por Yoshihiro Sakaguchi, compositor do jogo original.
Personagens[]
O Street Fighter II original dava a possibilidade ao jogador de escolher oito personagens jogáveis. A lista incluía Ryu e Ken — os dois personagens principais do Street Fighter original — mais seis novos personagens de várias nacionalidades. No torneio, o jogador luta contra sete dos personagens principais, antes de enfrentar os quatro adversários finais controlados pelo CPU, não seleccionáveis, conhecidos como os "Quatro Grandes Mestres".
Personagens jogáveis
- Ryu, um japonês praticante de artes marciais, à procura de se tornar o "verdadeiro guerreiro". Ryu já tinha ganho o primeiro torneio mundial, ao derrotar Sagat.
- Ken, companheiro de treino e rival de Ryu, dos Estados Unidos. Ken entra no torneio encorajado por Ryu.
- Chun-Li, uma lutadora de artes marciais chinesa, que trabalha como oficial da Interpol, à procura de vingar a morte do seu pai.
- Guile, um ex-militar das Forças Especiais norte-americanas, que quer derrotar o homem que matou o seu melhor amigo.
- Blanka, um homem-besta do Brasil, criado na selva.
- Dhalsim, um mestre yoga, da Índia. Pacifista, apenas entrou no torneio para ganhar dinheiro para a sua aldeia pobre.
- Zangief, um wrestler profissional da URSS. Entrou no torneio apenas para representar o seu pais.
- E. Honda, um lutador de sumo do Japão. Participa no torneio para provar que o sumo é o melhor estilo de luta do mundo.
Chefes controlados apenas pelo CPU
- Balrog (M. Bison na versão japonesa), um pugilista Afro-americano, desenhado com uma aparência similar a Mike Tyson.
- Vega (Balrog na versão japonesa), um lutador de jaula espanhol que usa um estilo único de ninjutsu.
- Sagat, um mestre de Muay Thai e o chefe final do Street Fighter original, que ficou com uma enorme cicatriz no peito feita por Ryu no final do torneio anterior.
- M. Bison (Vega na versão japonesa), o chefe final do jogo e o líder de Shadaloo, uma organização criminosa. M. Bison usa um poder misterioso conhecido como "Psycho Power".
Atualizações[]
- Street Fighter II': Champion Edition
- Street Fighter II' Turbo: Hyper Fighting
- Super Street Fighter II: The New Challengers
- Super Street Fighter II X: Grand Master Challenge
Curiosidades[]
- A abertura foi alterada e cortada em algumas versões, A versão original tinha a cena em que um afro-descendente leva soco de um caucasiano em meio ao público em meio ao prédio alto para a tela do título. Mas no Super Nintendo, ela foi totalmente cortada ficando apenas com o título. Em Street Fighter II': Special Champion Edition (Mega Drive), a situação é diferente, o afro-descendente foi substituído por um homem loiro, isso foi apenas na versão americana. Essa alteração teria sido feita depois da infame audiência no Senado Americano sobre games violentos.
- Chun-Li é notável por ser uma das primeiras mulheres protagonistas nos videojogos, mais bem sucedidas e mais populares. Quando o game foi editado, as personagens femininas nos jogos existiam apenas com objetivo de serem salvas, ou então faziam parte do elenco de outros personagens secundários, como habitantes de uma cidade, namoradas, oponentes ocasionais, ou simplesmente como decoração em segundo plano. Para além do género RPG, havia poucas heroínas nos videogames baseados em ação. Depois do sucesso da série e com a popularidade de Chun-Li, protagonistas femininos tornaram-se cada vez mais comuns. Desde então, em jogos onde se pode escolher personagens, pelo menos, há sempre no geral, uma ou duas personagens femininas que se pode selecionar.
- Balrog foi desenhado como um pastiche do lutador real Mike Tyson e originalmente tinha o nome M. Bison (abreviatura de "Mike Bison") nas versões japonesas, enquanto que Vega e M. Bison tinham os nomes Balrog e Vega respectivamente. Quando o jogo foi editado para o mercado externo, os nomes dos chefes foram trocados, porque os nomes e as semelhanças poderiam ter levado a um processo por violação dos direitos pessoais. Por causa disso, são muitas vezes referidos como "Garra" (Vega/Balrog), "Ditador" (M. Bison/Vega) e "Pugilista/Boxer" (Balrog/M. Bison), para evitar confusões entre jogadores de diferentes nacionalidades.